alan_gamer
(4.0)
Sempre ouvi que Stick of Truth era bom, mas só peguei porque estava barato e descobri que foi feito pela Obsidian. Pode parecer estranho dizer isso, mas Stick of Truth é uma experiência de South Park super imersiva. Os criadores originais participaram do projeto e eles conseguiram fazer o jogo parecer e funcionar exatamente como o desenho. É literalmente como jogar um episódio da série, a ponto de eu mal perceber onde termina a cutscene e começa o gameplay. Dá pra explorar toda a cidade, interagir com os personagens clássicos, fazer side quests engraçadas e encontrar colecionáveis. E mesmo sem acompanhar o desenho há muitos anos, fiquei surpreso com a quantidade de piadas que ainda consegui entender — o jogo celebra bastante a história da série. E claro, não economiza naquele humor grotesco e nas críticas sociais que sempre foram a marca registrada da coisa toda. Algumas partes até foram censuradas na versão europeia, mas eles tiraram sarro disso também, colocando uma tela engraçada explicando o que foi cortado. Achei ótimo que o jogo é um RPG em um cenário moderno, onde as crianças usam espadas de brinquedo e tacos de beisebol, mesmo com toda a loucura típica de South Park. Comparar com Earthbound talvez seja exagero, mas o tipo de charme é parecido pra mim.
Falando do jogo em si, é um RPG por turnos claramente inspirado nos RPGs do Mario. Tem aquele esquema de apertar o botão na hora certa pra dar mais dano ou defender melhor, com ataques especiais que exigem sequências curtas de comandos. E pra minha surpresa, é bem divertido e até tem um bom nível de estratégia, principalmente se você quiser vencer sem passar sufoco. Tem bastante foco em empilhar buffs e debuffs, entender quais inimigos priorizar e como lidar com cada tipo. Como sua vida e mana se recuperam completamente depois de cada batalha, o jogo realmente espera que você aprenda a bloquear direito. Inclusive, posso dizer oficialmente que um dos chefes mais difíceis que já enfrentei em um jogo foi… o Al Gore. Já o ManBearPig foi tranquilo. O jogo também faz questão de se datar, com piadas sobre zumbis nazistas (lembra dessa moda?), o personagem sendo o Dragonborn do Skyrim, e seu nível de poder baseado em quantos amigos você tem no Facebook. Um verdadeiro retrato de 2014.
Contra todas as expectativas, Stick of Truth foi uma baita surpresa e uma experiência super divertida que não se arrasta demais. Terminou e eu fiquei pensando que talvez eu devesse mesmo dar uma chance pros RPGs do Mario. Não sei ainda se vou jogar o Fractured But Whole, mas também não tenho motivo pra não tentar. Enfim, jogo bem legal, me diverti bastante.