JackkyFrostt
(4.5)
*Divinity: Original Sin - Enhanced Edition*
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Não sei direito por onde começar. Sempre me afastei de diversos títulos de RPG por conta do temido "combate por turnos". Joguei bem poucos durante a minha vida e nunca tinha experimentado um que realmente despertasse meu interesse pelo gênero. Até que vi o sucesso de Baldur's Gate 3 e resolvi dar uma chance, jogando justamente um título feito pelos mesmos criadores. Confesso que não esperava um jogo tão rico em detalhes, com um enredo envolvente e uma ambientação tão bonita. E o que eu mais temia, o combate, acabou sendo bem melhor do que eu imaginava.
Inicialmente, controlamos dois "Caçadores de Essência" que estão investigando uma série de crimes ligados a uma fonte proibida de magia chamada Essência. Eles são enviados para a cidade de Cyseal para investigar o assassinato de um conselheiro local, suspeitando-se de envolvimento da magia de Essência. Conforme a investigação avança, você e seu parceiro descobrem uma trama muito maior, envolvendo forças antigas e poderosas que ameaçam o mundo de Rivellon. O jogo é repleto de NPCs com muitos diálogos, livros, cartas, textos, escrituras e outros elementos que tornam o mundo rico em história e fazem o enredo ficar cada vez mais profundo. As ações e reações dos NPCs mudam de acordo com as escolhas de diálogos do jogador e seus níveis de carisma e oratória, o que leva a diálogos variados e até abre (ou fecha) missões e oportunidades exclusivas. Cada escolha afeta como o mundo e seus habitantes respondem ao jogador, gerando um sentimento de impacto nas ações tomadas e criando um mundo dinâmico.
A exploração em Divinity: Original Sin é um dos fatores mais envolventes do jogo, oferecendo ao jogador um mundo vasto, detalhado e repleto de segredos. Rivellon é aberto para exploração desde o início, incentivando os jogadores a seguirem sua curiosidade. Há diversos locais escondidos, tesouros, NPCs únicos, missões secundárias e segredos que recompensam a exploração. Os jogadores podem mover objetos, manipular elementos, resolver quebra-cabeças e abrir novas passagens ao descobrir maneiras criativas de usar suas habilidades. Isso significa que blocos de pedra podem esconder passagens, armadilhas podem ser desativadas e baús podem ser encontrados em lugares inesperados. Essas descobertas recompensam os jogadores com itens, equipamentos e pontos de experiência.
Sobre o temido (para quem não conhece o gênero) combate do jogo: ele me surpreendeu muito, graças ao sistema tático em turnos e à liberdade estratégica. Podemos pensar cuidadosamente em posicionamento, habilidades e sinergias de equipe para triunfar. O jogo adota um sistema de pontos de ação (AP), que os personagens usam para se mover, atacar e lançar habilidades. Isso adiciona uma camada de estratégia, pois gastar muitos pontos em um movimento ou habilidade pode deixar o personagem vulnerável até o próximo turno. As habilidades no jogo interagem com o ambiente de forma realista: é possível lançar água no chão para criar poças e, em seguida, eletrificá-las com uma habilidade de choque para causar dano adicional e paralisar inimigos. Superfícies de óleo podem ser incendiadas para criar áreas de fogo, e nuvens de veneno podem ser eliminadas com habilidades de fogo. As classes também trazem uma variedade de combinações, como magos elementais, arqueiros furtivos, guerreiros especializados em resistência ou personagens híbridos com habilidades mistas. A escolha de habilidades e equipamentos influencia muito o combate e pode abrir diversas opções em uma luta.
Muitos combates duram bastante tempo e têm um alto nível de desafio, muito por conta da inteligência artificial dos inimigos, que tentam a todo momento explorar as fraquezas dos jogadores. Os inimigos frequentemente utilizam as mesmas interações de ambiente que o jogador e focam em personagens vulneráveis, obrigando o jogador a melhorar sua defesa e o posicionamento.
Por fim? Divinity: Original Sin calou minha boca em relação a jogos de combate por turnos e me trouxe uma experiência de RPG maravilhosa e muito gratificante. Oferece um ótimo equilíbrio entre liberdade, história interativa e combate tático, permitindo ao jogador não apenas escolher seu caminho e ações, mas também experimentar um mundo repleto de detalhes. Ele até tem conteúdo suficiente para justificar o valor de R$ 72,99, mas, considerando o preço dos jogos hoje em dia, é melhor aguardar uma promoção (recomendo o pacote com Divinity: Original Sin 2).
*Passando aqui pra agradecer o carinha que comentou na analise da versão Classic, que iniciantes iriam de adaptar melhor na versão Enhanced (Ao comprar o jogo, ele veio com as duas versões e eu inicialmente fiquei em duvida de qual jogar.*
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9.7